Você sabe qual é a hora certa de levar seu filho ao dentista pela primeira vez? Bem, a resposta é simples: por volta do sexto mês, época em que já estão nascendo os primeiros dentinhos. Esse cuidado precoce tem uma razão: quanto mais cedo começarem os cuidados com a saúde bucal melhor será a prevenção contra cáries e melhor será o acompanhamento do desenvolvimento da criança, para garantir uma boca mais funcional e estética. Além disso, a consulta é uma ótima oportunidade para os pais tirarem suas dúvidas e aprenderem um pouco mais sobre a dentição do bebê. As primeiras consultas são também onde são feitas orientações aos pais sobre higiene adequada e alimentação do bebê. Estabelecer medidas preventivas de saúde é o meio mais eficiente de garantir o bem-estar da criança.
Os primeiros dentinhos só vão começar a aparecer a partir do sexto mês de vida. E, quando chega a hora, o bebê sente muita coceira na gengiva. Para aliviá-las, existem algumas alternativas que vão além do bom e velho mordedor. Bebidas geladas e alimentos frios também ajudam a diminuir o incômodo. Se ainda assim o bebê estiver irritado com a coceira, pode-se solicitar ao pediatra ou ao dentista a prescrição de pomadas com substâncias anestésicas. Os dentes de leite só começam a aparecer quando a criança estiver com cerca de seis meses de idade. Porém, cada criança tem seu ritmo. A erupção dos dentes varia de criança para criança, o que significa que não há nada de anormal se eles aparecerem antes ou depois das datas de referência. O desejável, porém, é que até os três anos a primeira dentição já esteja completa, com dez dentes na arcada inferior e dez na superior.
A erupção dos dentes permanentes e a troca dos dentes decíduos geralmente ocorrem no período entre 5 anos e 6 meses a 11 anos de idade, pode haver variações entre as crianças. Enquanto alguns dentes permanentes realizam a troca com os seus dentes de “leite” antecessores, outros surgem em espaços posteriores vazios que vão se formando de acordo com o crescimento da arcada. Nesse período é imprescindível o acompanhamento do odontopediatra. Nesse momento, várias variáveis devem ser avaliadas: necessidade de selamento dos dentes para prevenção contra a cárie, dentes decíduos que não “caem” atrapalhando a troca, formação de diastema pelo freio labial, gengiva fibrosa que impedem a erupção dos permanentes, presença de apinhamento, agenesia (ausência) do dente permanente, inflamações da gengiva durante a erupção, má formação do dente erupcionado, entre outras.
Antes mesmo de nascer os primeiros dentinhos já pode ser realizado a limpeza da cavidade bucal uma vez ao dia, para que ela possa receber os dentes de leite em um ambiente mais limpo. Após o nascimento dos primeiros dentes, a limpeza deverá ser realizada três vezes ao dia, apenas com uma gaze ou fralda encharcada na água filtrada ou água oxigenada diluída. É sempre importante motivar e ensinar a criança a escovar os próprios dentes e passar o fio dental precocemente, para que ela desenvolva um sentimento de responsabilidade pela sua saúde oral. Porém, até os seis anos de idade, a criança não tem coordenação nem habilidade suficiente para realizar uma escovação eficaz. Até ela ficar craque, um adulto precisa estar sempre por perto na hora de escovar os dentes.
O fio dental já deve ser utilizado assim que nascerem os dois primeiros “dentinhos” inferiores, todos os dias. E a escova deverá ser introduzida após a erupção dos primeiros molares de leite (dentes do fundo) que ocorrerá por volta de 1 ano e 5 meses. Dispensando a limpeza com a gaze, os dentes devem continuar sendo escovados com a água oxigenada diluída ou uma pasta sem flúor, para evitar a ingestão do flúor pela criança. Para uma melhor prevenção de cáries e outras patologias é recomendado a aplicação de flúor receitado pelo dentista em casa. O mesmo deverá ser manipulado na concentração correta suprindo a falta do flúor na pasta que a criança utiliza.
Tanto os hábitos de mamadeira, chupeta, sugar o dedo e roer a unha podem provocar danos severos ao osso e aos dentes. Algumas deformidades ósseas podem ser irreversíveis dependendo do tempo e a intensidade desse habito. Essas alterações patológicas podem comprometer não só a estética como a fala, deglutição de alimentos, respiração e até mesmo o relacionamento social da criança. Vale lembrar que os bicos ortodônticos minimizam o risco de problemas, mas não completamente. O acompanhamento do odontopediatra poderá prevenir ou então ajudar a solucionar os problemas relacionado ao habito já instalado. Em alguns casos podendo ser necessário o trabalho conjunto de outros profissionais da saúde como fonoaudiólogo, pediatra, otorrinolaringologista e psicólogo. A “chave” para se livrar dessas complicações é a visita precoce ao dentista.
A primeira escova de dente do seu filho deve ter cerdas macias e uma cabeça pequena, que permita alcançar facilmente todas as partes da boca. Verifique na embalagem a idade recomendada para o uso. Não use a mesma escova por mais de três meses ou depois que as cerdas começarem a se separar. O uso da pasta deverá ser sob a orientação do profissional para evitar fluorose em dentes permanentes e danos ao organismo através da ingestão. Na erupção dos primeiros dentes de “leite”, pode ser aplicado flúor manipulado na concentração correta orientada pelo Odontopediatra. Quando a criança aprende a cuspir, os dentes podem ser escovados utilizando pasta fluoretada com a concentração ideal para idade.
Durante a infância são comuns traumas que afetam a boca e, principalmente os dentes. Por isso, os pais devem saber como proceder no caso de um acidente para conseguir “salvar” o dente ou, pelo menos, minimizar os danos. É de extrema importância procurar um especialista o mais rápido possível nesses casos de emergência. O traumatismo pode afetar o dente de leite, ocasionando o seu amolecimento e comprometendo a dentição permanente. Em muitos casos, o dano é muito maior do que aparenta, por isso, um profissional deve avaliar a lesão através de radiografias.
Cuidados:
- Repouso da região traumatizada: não morder na região, dieta pastosa, evitar chupeta e mamadeira;
- Higiene oral com cuidado especial na região traumatizada, após café da manhã, almoço e antes de dormir. Caso não seja possível fazer a escovação da área, fazer limpeza com gaze e água oxigenada diluída ou solução à base de clorexidina, e logo que possível retornar a escovação habitual.
- Avaliar a necessidade de medicamentos com o odontopediatra (analgésico, antinflamatório e antibiótico), e vacina antitetânica (encaminhar para o médico);
- Se houve fratura ou perda total do dente, os pais devem tentar conservá-lo em leite, soro fisiológico até a entrega ao especialista.
Os dentes de leite são extremamente importantes para o desenvolvimento bucal da criança. Uma das suas principais funções, é ser guia para o bom posicionamento dos dentes permanentes. Além disso, auxiliam no desenvolvimento das funções de fala, respiração, mastigação dos alimentos – indispensável para a nutrição e o desenvolvimento da criança – e deglutição. Por isso, a importância de conservá-los saudáveis, livres de cáries e infecções que possam levar à deterioração ou à perda dos dentes. Assim como para os adultos, a falta de dentes e problemas na estética dentária também podem trazer problemas para as crianças. Se a criança perde um dente antes da hora, por exemplo, pode ter dificuldades na pronúncia de determinados fonemas, problemas de oclusão na dentição permanente e até deformidades que afetem a sua auto-estima.
A frequência que a criança deve ir ao consultório Odontológico varia de acordo com o risco que ela tem de desenvolver cárie dentária. De maneira geral, na primeira infância (de zero a 3 anos) o ideal é que a cada 4 meses a criança faça uma visita ao Odontopediatra. Após esta idade, se não existir nenhum fator de risco, o intervalo entre as consultas pode ser de até 6 meses. Para crianças que desenvolvem traumas de dentistas ou clinicas odontológicas pode ser realizada visitas semanais para uma adaptação gradual da criança, para que após esse período seja possível realizar os tratamentos necessários. Nesse caso, o reestabelecimento da confiança da criança com o profissional é o ponto mais importante do processo, sempre contando com a colaboração e incentivo dos pais.